Ao realizarmos hoje um exame de eletroneuromiografia (ENMG) devemos nos lembrar de todo o esforço dos muitos neurofisiologistas e neurologistas que o tornaram possível!

A partir do recente trabalho de Kazamel et al. (2017) elaborei a seguinte linha do tempo, que nos dá uma ideia, ainda que superficial, de toda a pesquisa e desenvolvimento por trás de uma ENMG:

• 1878- D’Arsonval transformou correntes dos potenciais de ação do músculo em som usando um telefone;
• 1897- Braun inventou o tubo de raios catódicos;
• 1903- Einthoven desenhou o galvanômetro de corda;
• 1912- Piper conseguiu medir a velocidade de condução nervosa do nervo ulnar e registrar potenciais musculares durante a contração voluntária;
• 1912- primeiro trabalho publicado sobre ENMG: Piper H. Elektrophysiologie menschlicher muskeln. Berlin: Julius Springer;
• Anos 20- Adrian e Bronk usaram uma agulha concêntrica e um alto-falante para registrar a atividade elétrica de fibras musculares supridas por uma única fibra nervosa (o potencial de unidade motora);
• 1936- Erlanger e Gasser descobriram que fibras nervosas de diferentes diâmetros têm diferentes velocidades de condução;
• 1938-Denny-Brown caracterizou corretamente as fasciculações da esclerose lateral amiotrófica como decorrentes do disparo de unidades motoras isoladas;ele também descreveu a miotonia e as mioquimias;
• 1941- Harvey e Masland descrevem o decremento patológico das amplitudes dos potenciais de ação musculares compostos na miastenia gravis;
• 1947- Dawson registrou potenciais de ação sensitivos utilizando técnicas de superposição fotográfica dos pequenos potenciais;
• 1948- Jasper, Golseth e Fizzel desenvolvem o primeiro aparelho de ENMG comercialmente disponível para uso clínico;
• 1948- Larrabee e German descreveram os potenciais de ação musculares compostos e estudaram as suas alterações nas lesões de nervos periféricos;
• 1954- Buchtal publicou os dados normativos da eletromiografia de agulha;
• 1957- Eaton e Lambert descrevem a síndrome miastênica de Lambert-Eaton;
• 1958- Gilliatt estudou os potenciais de ação sensitivos dos nervos mediano e ulnar, normatizou os achados e descreveu suas alterações em pacientes com lesões de nervos periféricos;
• 1968- Stalberg descreve a eletromiografia de fibra única;
• 1970- Gilliatt descreve detalhadamente as alterações clínicas e eletromiográficas na síndrome do desfiladeiro torácico neurogênico.